28m de leitura

Ricardo Amorim fez palestra exclusiva na Imersão Lopes Rio!

O economista, apresentador, empreendedor, palestrante e colunista Ricardo Amorim foi uma das principais atrações da Imersão Lopes Rio

Ricardo Amorim fez palestra exclusiva na Imersão Lopes Rio!
Ouvir

A maior imersão de uma imobiliária brasileira aconteceu no dia 25 de Janeiro de 2024 no Qualistage na Barra da Tijuca. 

A Imersão Lopes Rio teve como tema o Build Your Dream e falou dos sonhos de seus corretores. Premiando seus grandes campeões do ano de 2023 e sorteando um apartamento para seus corretores associados, a empresa do coração fez um evento gigantesco que durou mais de 10h.

Com uma programação incrível, a Imersão teve como convidado especial o economista brasileiro Ricardo Amorim que deu uma palestra exclusiva no evento.

Confira aqui a transcrição da palestra feita pela Joelma Lima, corretora associada da Lopes Rio que esteve presente na Imersão.

Mercado imobiliário brasileiro em expansão

Mercado imobiliário brasileiro: oportunidades e riscos

Com o mercado imobiliário em expansão, menos juros significam mais crédito, o que resulta em maior procura por imóveis, mais vendas e, consequentemente, preços imobiliários em alta. Quando mais pessoas buscam comprar imóveis e há uma oferta crescente, os preços tendem a subir. É nesse contexto que eu enfatizo a importância e relevância do papel do corretor de imóveis. Ao apresentar essas informações aos seus clientes antes do início desse processo, vocês têm duas responsabilidades. A primeira delas é enfrentar inicialmente a desconfiança do cliente, que pode questionar se estamos realmente falando do Brasil, um país constantemente associado a escândalos e problemas. No entanto, ao apresentar manchetes e evidências concretas que confirmam o que foi previamente alertado, como o aumento de preços e o lançamento contínuo de novos empreendimentos, o cliente começa a perceber a veracidade da situação. Nesse momento, ele expressa sua incerteza, dizendo algo como ‘Eu não sei, talvez! Eu não!

Em determinado momento, ele diz: ‘Puxa, eu realmente queria comprar. Eu estava com medo, mas é melhor eu comprar de uma vez.’ Não apenas ele lembrará do que você falou, mas também procurará por você. E outro detalhe, quando ele realiza a compra, não precisa se preocupar com excessos de alta que podem fazer os preços subirem. Você conquistou um cliente para o resto da vida, alguém que comprará outros imóveis com você no futuro. É por isso que eu afirmava que vivemos um momento importante, extremamente favorável.

Deixe-me explicar isso na prática. Imagine a seguinte situação: um indivíduo compra um imóvel, paga uma parte à vista e financia o restante, como exemplo, coloco R$ 200.000,00 por 30 anos. Com uma taxa de juros de 12% ao ano, o valor da prestação é um pouco mais de R$ 2.500,00 por mês.

À medida que a taxa de juros diminui, o valor da prestação também reduz. Com uma taxa de juros de 7%, aquela prestação que era de R$ 2.500,00 passa a ser de R$ 1.700,00. O que ocorre quando o valor da prestação diminui?

Aumenta significativamente a quantidade de pessoas que podem comprar o mesmo imóvel.

Qual é a renda mínima que uma família precisa ter para ir ao banco e obter um financiamento em que o indivíduo terá que pagar R$ 2.550,00 por mês?

Para pagar uma prestação de R$ 2.550,00, a família não pode ganhar menos de R$ 8.500,00 por mês. O banco argumenta que o indivíduo deve ser capaz de pagar a prestação, pois também precisa cobrir despesas como moradia, educação dos filhos e outras necessidades. Então, quem consegue arcar com essa prestação de R$ 2.500,00 por mês é aqueles que ganham mais de R$ 8.500,00.

No entanto, quando a prestação diminui para R$ 1.700,00, a renda da família pode ser consideravelmente menor. Ela pode ser de R$ 5.700,00. Agora, surge a seguinte pergunta: quantas famílias no Brasil têm uma renda mensal de R$ 8.500,00? São 4.850.000 famílias no Brasil que ganham pelo menos R$ 8.500,00 por mês. E quantas ganham pelo menos R$ 5.700,00? É o dobro, simplesmente a queda na taxa de juros multiplicou por dois os potenciais compradores daquele imóvel. Vai ter duas vezes mais pessoas que estão agora procurando algo.

O preço daquilo sobe, e todo aquele círculo virtuoso que eu comentei com vocês entra com tudo.

Isso é algo que sempre é verdade no mercado imobiliário, mas há um detalhe. O potencial de expansão do mercado imobiliário brasileiro é muito maior do que o do resto do mundo, justamente porque historicamente a taxa de juros no Brasil é muito mais alta. Nosso mercado imobiliário, até hoje, vocês sabem o tamanho que ele tem.

Mas, mesmo assim, em relação ao tamanho da economia brasileira, quando pegamos as 50 maiores economias mundiais, só há uma, que é a África do Sul, cujo mercado imobiliário proporcional à economia é menor do que no Brasil. Isso significa o que? Que o potencial de crescimento do mercado imobiliário brasileiro é muito maior do que em qualquer outro lugar, pelo menos entre as 50 maiores economias mundiais.

Há mais um detalhe: sim, para comprar um imóvel, a coisa mais importante é que além da taxa de juros as pessoas precisam estar trabalhando, porque se não cara  não vai conseguir financiamento do banco.

Isso está acontecendo no Brasil e no mundo. Há 2 anos, no final de 2021, a gente diz o seguinte: o Brasil tinha, na época, das 20 maiores economias mundiais. A gente tem aqui o Rio, capital do G20. Vamos olhar para o G20.”

Muito bem. O Brasil tinha a segunda maior taxa de desemprego, de todos os paises do G20. um ano depois ele continua tendo a segunda maior,sendo a primeira da África do Sul, entre todos os países do G20. Um ano depois, ainda mantém a segunda maior taxa de desemprego, no entanto, ela caiu mais do que em qualquer outro país do mundo. Ainda não temos os dados de desemprego fechados do final do ano passado, mas a tendência é a mesma: a taxa de desemprego no Brasil no ano passado diminuiu mais do que em qualquer outro país do G20. Isso é importante, pois mais pessoas trabalhando significam mais pessoas que podem vir a comprar um imóvel. Na prática, vamos analisar isso.

O Brasil tinha, antes da pandemia, cerca de 96.000.000 de pessoas empregadas. Milhões perderam esses empregos, mas 10.000.000 foram recuperados. Ainda assim, a situação continua desafiadora, e por que isso é importante? Isso significa mais pessoas que terão a capacidade de comprar um imóvel. No entanto, ter um emprego não é suficiente. É necessário ganhar um salário minimamente bom. O que está acontecendo com os salários? O salário médio real estava diminuindo. Para esclarecer, estou descontando a inflação. Até cerca de 2 anos e meio atrás, tínhamos mais pessoas trabalhando, mas cada uma delas tinha cada vez menos poder de compra. O salário estava diminuindo; não o valor nominal do salário, mas o poder de compra estava diminuindo. A situação é a seguinte: se alguém ganha 5.000 BRL por mês e, após um ano, passa a ganhar 6.000 BRL, a inflação pode impactar esse aumento.

Estava acontecendo isso, logo no início da pandemia no Brasil, a inflação estava muito alta. O que alguém precisava para comprar o que comprava antes não era suficiente, mesmo ganhando mais. A situação era a seguinte: se alguém ganhava 5, passava a ganhar 6. No entanto, para comprar o que comprava com 5 um ano antes, precisaria ganhar 7. Entretanto, ele não ganha 7; ganha 6. Nesse contexto, mesmo com o aumento nominal dos salários, o poder de compra, que é o que estou chamando de salário real, estava diminuindo. Isso ocorreu por aproximadamente 1 ano e meio a 2 anos, pois foi quando a inflação brasileira, que estava alta, começou a cair. A partir desse momento, os salários passaram a subir mais rapidamente do que os preços das coisas que as pessoas compram, resultando em um aumento do poder de compra delas.

Aí começa a sobrar dinheiro. É nesse momento que as pessoas olham e pensam: “Espera aí, há mais empregos, então o risco de eu ficar desempregado está diminuindo. Com relação ao meu salário, o que tenho está começando a sobrar um pouquinho mais no final do mês.” Em terceiro lugar, o financiamento, que é o que preciso para completar o que falta do que não tenho, está cada vez mais barato, tornando-se mais acessível para conseguir comprar. É nesse momento que a procura por imóveis aumenta, não apenas a busca individual, mas também impulsionando a economia como um todo. Quando mais pessoas estão trabalhando com salários reais mais altos, a massa salarial real, que é um multiplicador do outro, aumenta, determinando o consumo no Brasil. Se mais pessoas estão consumindo, em geral, as empresas vendem mais. Quantas empresas vendem mais?

De repente, não há gente suficiente para realizar o que as pessoas estão querendo comprar. Então, elas contratam mais, elevando o emprego. Isso representa a fase do ciclo virtuoso da economia, quando ela está em ascensão. E é em que ponto nós estamos? O grande ponto é que, a menos que ocorra algum grande choque financeiro, uma guerra, ou algo gigantesco que reverta a situação, tanto no Brasil quanto no mundo, continuaremos a progredir. Estamos caminhando para uma situação que vai melhorar ao longo do ano, e mais uma vez a economia brasileira, pelo quarto ano consecutivo, deverá crescer mais do que as pessoas estão imaginando. Há outros fatores a nosso favor, como o cenário geopolítico global. Quando determinado indivíduo decidiu invadir a Ucrânia, abriu-se a caixa de Pandora dos riscos geopolíticos.

Rússia. O que isso quer dizer na prática? Isso significa que antes de ele invadir a Ucrânia, as grandes empresas mundiais avaliavam dois fatores para determinar onde investir.

O primeiro fator era o potencial de crescimento do mercado.

O segundo fator, na minha cadeia de produção, era o risco de a minha cadeia de produção ser quebrada. Até antes da pandemia, as empresas não consideravam isso. A preocupação principal era onde era mais barato produzir, e era lá que elas colocavam seu dinheiro. A resposta geralmente era a China.

Entretanto, após a pandemia, a situação mudou. A China ficou fechada por um tempo, e as pessoas começaram a pensar: “Espera, eu vou colocar meu dinheiro na China?”

Só que, se eu preciso de um produto que vem da China e a China fecha, ele não chega. Eu não consigo produzir e estou ferrado. Então, começaram a olhar como garantir que eu não vou ficar sem o produto depois da guerra da Ucrânia e passou a ter um terceiro fator. Qual é o risco de eu colocar o dinheiro lá e não conseguir tirar o dinheiro lá? Porque aconteceu alguma guerra ou algo do tipo? Por exemplo, vocês devem ter visto histórias no começo da guerra da Ucrânia, em que o McDonald’s deixou as operações lá e foi embora. Isso é a última coisa que as grandes empresas querem fazer.

O que eu estou vendo é que toda essa situação, não é apenas a guerra da Rússia e Ucrânia, mas também a tensão entre China e Taiwan, especialmente agora que Taiwan elegeu um novo presidente que busca independência. A China afirma que Taiwan faz parte da China, assim como a Rússia diz que a Ucrânia não é independente, mas parte da Rússia, é uma situação semelhante. Há também tensões entre Israel e Hamas, e aqui, ao nosso lado, a tensão entre Venezuela e Guiana, que embora pouco comentada no Brasil, é importante. Além disso, há confrontos entre o Paquistão e o Irã, ambos tentando atingir grupos separatistas do outro lado da fronteira. Meu ponto é simples: há o risco de o Brasil se envolver em uma guerra?

Os países do mundo e, principalmente, nenhum dos grandes países emergentes pode afirmar isso. Isso é importante, gente, pelo seguinte: quando eu, uma empresa ou investidor, deseja investir dinheiro em algum lugar, ele busca duas coisas. Ele quer um mercado grande, de preferência, e que vai crescer. Os grandes investidores buscam isso. E aí, mercado grande tem alguns, está cheio de países desenvolvidos que têm mercado grande. No entanto, países desenvolvidos não crescem muito, porque já possuem a maior parte do que precisam. Quem cresce muito são os países emergentes, e há muitos deles. No entanto, a maioria não tem um mercado grande; um país emergente com um mercado grande é algo raro. Para ser mais específico, por que os investidores preferem países emergentes?

Eu coloquei aqui. Aqui está a distribuição de renda nos países emergentes, em amarelo, Estados Unidos e União Europeia, em verde. Quem está à direita daqui é quem ganha mais do que 5000 BRL. Em 1980, havia 9 vezes mais pessoas nos Estados Unidos e Europa ganhando mais do que 5000 BRL do que a soma de todos os países emergentes. No entanto, como os países emergentes crescem mais, essas distribuições de renda estão à direita, mas a dos emergentes está crescendo muito mais rápido. A ponto de, 34 anos depois, isso aqui ser do tamanho disso aqui, o que significa que a quantidade de pessoas ganhando mais do que 5000 BRL em países emergentes cresceu 9 vezes mais do que nos países mais ricos e continua crescendo.

E em 11 anos, será 9 vezes maior aqui. O que isso significa? Que o mercado consumidor do Brasil, Rússia, Índia, China vai crescer muito mais do que o dos Estados Unidos, Alemanha, Japão, Inglaterra, e qualquer outro, incluindo o mercado imobiliário. E é isso que está atraindo as pessoas para cá. Mas falando sério, mercado emergente, eu posso colocar meu dinheiro em qualquer um. Eu coloquei um gráfico ali. Da América Latina, os países que mais cresceram nos últimos 20 anos foram Panamá e Costa Rica. No entanto, a economia da Barra da Tijuca é maior que a do Panamá, e a do Itaim em São Paulo é maior do que a do Peru, o país que mais cresceu na América do Sul nos últimos 10 e 20 anos.

Aí você pode pegar o Chile, que tem uma economia menor que a da cidade de São Paulo; a Argentina, menor que a do estado de São Paulo. Meu ponto é muito simples: país emergente com uma economia grande é algo muito raro. Tem a China, Índia, o Brasil, se forçar a barra a Indonésia; o México não chega a três quartos do Brasil, e a África do Sul não chega a um quarto do Brasil. Meu ponto é muito simples: hoje não conseguimos entender por que o estrangeiro está investindo no Brasil, porque a razão não é o que está acontecendo de bom aqui, mas sim o que está acontecendo de ruim lá fora. Eles não têm opção.

Mas essa opção? O Brasil passou a ser uma espécie de refúgio seguro. Só que o fato é que cada vez mais dinheiro estrangeiro vai entrar aqui, e já está entrando. Sendo mais específico, porque eles não têm mais. Eles estão retirando de onde estava na China. No último trimestre, pela primeira vez, houve mais dinheiro de empresas estrangeiras saindo da China do que entrando, pois estão com medo de uma possível guerra e não querem investir lá. Para onde vai esse dinheiro? A resposta está aqui. Até a Rússia invadir a Ucrânia, com altos e baixos, o investimento de empresas estrangeiras no Brasil caía. Veja o que acontece depois que a Rússia invade a Ucrânia: para cima e avanço.

Outra forma de entender o que estou dizendo é a seguinte: imagine a seguinte situação: você vai a uma festa e, dependendo da preferência de cada um, você dá uma olhada na festa toda, dá uma geral. Caramba, seja mulher ou homem? Mais uma vez, depende da preferência de cada um. Muito feio. Aí, o que você faz, todo mundo faz nessa hora. Segundo olhar. Como é que mais ou menos? É só isso. Está parecendo um país feio, uma pessoa feia.  Ajeitada!Tem que ser. Gata, gata, gata, sabe quem é? É o Brasil, essa aí é o Brasil maravilhosa. Brasil. Longe disso, comparada com o resto. Sim, então eu acredito que sim. Isso explica isso daqui. Isso explica porque as pessoas aqui no Brasil não conseguem entender isso. Olha bem.

Está olhando para dentro. A gente não está olhando para o todo e sim olhando para dentro e vendo as coisas que acontecem no Brasil. A coisa natural não é você ficar o cara mais otimista do mundo, pois aqui tem problemas e que não acabam mais. Tem um monte de coisa errada. Se você, ainda, quando a galera que gosta de olhar para tudo com uma ótica polica então. Que empresta sobre isso e bom. Importante eu falar interior. Transferência do ano passado. Política, então, sabe disso.

Meu ponto é muito simples, não é assim que quem está cuidando de dinheiro não está olhando, não é? Olhando é, eu tomo o dinheiro na. Eu preciso fazer alguma coisa. Quais são as minhas opções? Até que esse Brasilzinho está mais ou menos ajeitado, vamos que vamos. Isso aqui é importante porque está muito diferente da situação do que a gente está vendo em alguns outros lugares, inclusive das maiores economias mundiais nos Estados Unidos, onde eu falei que o juro no Brasil está despencando e, portanto, a busca por imóvel está aumentando. Vamos pegar o maior mercado imobiliário mundial que é o mercado americano, o que está acontecendo é o contrário. Como a inflação lá subiu e subiu muito, a taxa de hipoteca lá vai aos céus. O que acontece com a venda de imóveis nos EUA? Em queda?

Muito menos gente vai pedir hipoteca. Ficou muito caro porque eu estou falando que vai acontecer no Brasil, que já começou a acontecer no Brasil, mas. Aí, já está acontecendo., é o reverso dessa medalha e o resultado desse processo lá é que as vendas de imóveis despencam. Exatamente o contrário do que está acontecendo aqui, porque as mesmas razões, então, jogar a favor da gente aqui neste momento estão jogando contra eles lá. Então, o que eu quero dizer é a falta de opção externa é o grande fator brasileiro. Só que eu falei do Brasil como um todo. E só tem um detalhe.

Isso aqui se soma com algumas coisas, o que pode dar errado, porque tudo que estou falando é se continuar como está, preparem-se, guarde o champanhe que o ano vai ser “maravilhaso”, é certeza, 100% absolutamente não é. Pode dar errado no caminho? A resposta é sim, é provável. A resposta é não. O que pode dar errado?

A primeira coisa que pode dar errado é a economia da China colapsar. Possível é provável, não. O que é esquisito na China até agora é que a China fala que ela ficou fechada, não tem como, ela reabriu, já faz mais de 1 ano que abriu. Na hora que abre, a China deveria crescer com força. Não está crescendo e por que não está crescendo? O que é que pode dar errado? A China, ao contrário do Brasil, tem uma bolha imobiliária.

Lá. Como assim? Ricardo lembra quando estourou a bolha imobiliária nos Estados Unidos, em 2008, na época. O total de financiamentos que tinha no sistema financeiro, que era principalmente para o setor imobiliário nos EUA, eram 6 trilhões de dólares; na China, eram 3. Atualmente, os Estados Unidos subiram para 12. A China são 29, o que significa que é 5 vezes maior do que era nos Estados Unidos quando estourou a bolha imobiliária. Isso aqui é para falar o seguinte: o risco é se explode uma bolha imobiliária na China, vai ter um caos na economia mundial.

O Brasil vai sentir, o mundo inteiro vai sentir, está explodindo. Nada indica que esteja, porque o que está acontecendo é que está aparentemente desinflando. Qual é o tamanho da tal bolha imobiliária Americana, só para ter uma ideia? O ano em que no Brasil teve mais unidades imobiliárias vendidas foi 2021. Foram 324,000 unidades, se comparar com o pico de venda nos Estados Unidos, que foi em 2005, que são 2.000,100. A gente está falando que os Estados Unidos, quando chegou aqui, vendeu mais ou menos 6 vezes e meia a mais do que o Brasil. A gente está muito longe da bolha imobiliária que quer que seja. Só quando você pega a China agora. São 10 vezes mais do que a bolha imobiliária Americana. A população chinesa é maior, mas a população chinesa, na realidade, ela dá 4 americanos da mesma forma que um americano dá uma e meia brasileira. A diferença é que a gente nunca viu no mundo uma bolha imobiliária desse tamanho. Quando explodir, vai ser um estrago. Está explodindo mais uma vez até agora, não, mas vou acompanhar. Esse é um risco para acompanhar, mas até agora está tranquilo e se não explodir, que é o mais provável, se não explodir, quem vai se dar bem de novo? Nós somos nós.

Alumínio, minério, ferro, carvão, soja e petróleo. Se explode a bolha imobiliária, a economia chinesa volta a crescer. Se ela voltar a crescer, o que ela vai comprar mais? Os dois produtos que têm mais diferença entre o quanto a China consome (está em amarelo) e produz (está em branco) são os dois produtos que o Brasil mais exporta, que são soja e minério de ferro. E, diga-se de passagem, o terceiro. O Brasil hoje é o quinto produtor mundial e o quinto exportador mundial, que é petróleo. Com um detalhe: uma parte gigante disso sai exatamente de onde estamos, o Rio de Janeiro, o que significa mais dinheiro rodando na economia aqui. Uma coisa pouco conhecida é que hoje o Brasil é um dos maiores exportadores mundiais de petróleo, e quanto mais a China crescer, mais o preço do petróleo sobe, mais quantidade de petróleo é vendida, e isso, de novo, é o mais provável. Vai ajudar o Brasil, mas vai ajudar particularmente o Rio de Janeiro. E outra coisa que a China vai comprar mais é tudo o que tem a ver com o agronegócio, que é o que aconteceu.

E se defende que esse deputado da China, né? Até aqui, a China estava fora do comércio mundial. Aqui ela entrou na Organização Mundial do Comércio e olha o que acontece com a venda do agronegócio brasileiro. Multiplica por 10. Por que isso é importante? Porque isso explica por que as moedas latino-americanas estão ficando mais fortes; são as moedas de países exportadores de commodities. Isso, por sua vez, é importante porque o espaço para o Brasil plantar mais, vender mais comida para o mundo afora é disparado o maior que tem no mundo. 40% da área disponível ainda não plantada está no mundo. Para quem ficou preocupado, pode tranquilizar, a Amazônia não faz parte desta área que acabei de mencionar. Só que a gente está para dizer o seguinte, o real andou ficando mais forte.

O que deve acontecer daqui para frente é que, sem uma crise no Brasil ou uma crise externa, o real vai continuar a ficar mais forte. Por que isso é importante? Porque um investidor estrangeiro que vem aqui, digamos que ele compra um imóvel que custa, números redondos só para facilitar, 5.000.000 de reais, e vamos supor que o dólar esteja valendo 5 BRL. 5.000.000 de reais em dólar seriam 1.000.000 de dólares. Passa um ano, imaginemos que o dólar caia para 4 BRL e suponhamos que o imóvel não tenha se valorizado, o que não é o que eu acredito, como já contei para vocês. Mas, se o dólar cair para 4, o preço do imóvel em dólar acabou de subir para 1.250.000 apenas pelo efeito da taxa de câmbio. Isso foi o que aconteceu no ano passado e no ano retrasado.

Do ponto de vista do investidor estrangeiro, não é apenas a alta do mercado imobiliário; ele também está ganhando com a apreciação do real, que vai continuar enquanto o Brasil estiver vendendo um monte de commodities, especialmente para a China, mas também para o resto do mundo como um todo.

A segunda coisa que pode dar errado no Brasil é avacalhar as contas públicas. Pode acontecer? A resposta é sim. Vai acontecer? Não acho. Acho que pode piorar, mas não o suficiente para a economia afundar. A resposta é não, porque para afundar não basta piorar um pouquinho; tem que ser o caos. Para ser mais específico, vamos dar uma olhada nas contas públicas de 2011 a 2016. O Brasil não cresceu, para ser mais específico. Se pegarmos todos os países do continente americano, só a Venezuela foi pior do que a Argentina. Este é o risco interno relevante. Agora, o que o pessoal está falando? No ano que vem, em vez de termos um déficit de 120 bilhões, a projeção é que será zero. Vai ser equilibrado. Talvez nem seja, talvez seja menos. De 25 a 30 bilhões, certamente menor.

Está na previsão deles subirem do que este ano, então? Não vai ser suficiente para jogar a economia no buraco. O que teria que acontecer para fazer isso é que o ano que vem, mesmo que o déficit seja de 120, seria um grande avanço em relação aos 250 bilhões do ano anterior, beirando zero. E essa é a razão pela qual eu não acho que…

Você vai jogar a gente no buraco. Pelo menos, certamente não em 2024. E aí me traz o seguinte, então vamos olhar para o Brasil como oportunidade de investimento. Fiz um exemplo aqui que é a mesma coisa que acontece com o imóvel acontece com a bolsa de valores. Peguei os últimos 55 anos para mostrar o seguinte. A economia brasileira é maníaca. Quanto fica bom em períodos muito curtos, sobe muito. O problema é que é voo de galinha, um atrás do outro. Aí sobe um montão, aí de repente quase tudo outra vez. Aí sobe outro montão, aí devolve a maior parte. Aí sobe, aí devolve a parte boa é, a gente está no início do ciclo que é para cima sendo mais. Tudo aqui.

Sendo mais específico todas as vezes que isso acontece, tem a ver com movimentos globais, então como é que eu mostro isso? Eu dividi agora o preço da bolsa dos países emergentes pela bolsa dos Estados Unidos. Então, quando aquilo vai para cima, são os países emergentes ganhando de goleada dos Estados Unidos; quando vai para baixo, eles estão ganhando de goleada na gente. O importante é que de 87 a 94, as bolsas aqui subiram 4 vezes mais do que lá. Não foram só as bolsas, o preço dos imóveis aqui também. A gente pega de 94 a 97 por contrato, tomamos de goleada deles. De 97 a 2002, andamos de lado. De 2002 a 2010, subiu 4 vezes mais aqui do que lá. Em 2010… Ai, só um detalhe, vocês lembram quem era presidente do Brasil de 2002 a 2010? Era o Lula. Ele fez todos os países emergentes subirem, o que acho improvável agora. Agora. Por outro lado, com tudo que tem de errado no Brasil em 2010 e não foi pouco, não foi suficiente para a bolsa aqui não subir 4x mais. Vocês lembram o que aconteceu com o mercado imobiliário brasileiro em 2010?  Para quem não tem ideia suficiente, eu sugiro que vocês façam uma busca no Google. Vocês vão gostar do que vão encontrar. Meu ponto é muito simples. Não foi o Lula que fez, mas também o Lula não conseguiu impedir que acontecesse. É exatamente o que eu acredito que vai acontecer outra vez. Tem fatores tão positivos nossos, mas voltando, e de 2011 a 2021? Estados Unidos 8 vezes melhor do que aqui, só que vamos ver os 2 últimos anos, 2022 bolsas que mais subiram em dólar no mundo, a brasileira, a Argentina e a chilena.

Lembra do que eu falei, que estamos na fase em que os países latino-americanos produtores de commodities se dão bem? Pois é. Ah, mas mudou o governo em 2023. As bolsas que mais subiram no mundo: Argentina, colombiana, venezuelana, mexicana e brasileira. Gente, estamos na fase em que se valoriza ativos aqui. É a hora de aproveitar, investir aqui, trazer dinheiro de fora para investir aqui. É exatamente essa fase do ciclo econômico. E esse foi o recado que eu quis deixar: as grandes oportunidades acontecem quando a gente desconfia. Você fala: “Nesse país, nesse Brasil, tem algo errado, não pode ser.” Mas a gente só tem grandes oportunidades porque tem muita gente desconfiada. Depois que todo mundo acha que aquilo é uma grande oportunidade, a oportunidade já passou. Eu chamo isso de efeito paletas mexicanas.

O primeiro cara montou uma paleteria no Brasil e você falava: “Ninguém vai pagar 3 vezes o picolé só porque encheram de leite condensado.” Aí o cara ganha dinheiro e, mais 1 ano depois, tinham 6 paleterias no Brasil. 2 anos depois, eram 200. 3 anos depois, eram 600. 4 anos depois, eram 1200. E aí você fala: “Esse negócio é bom. Todo mundo que fez ganhou dinheiro.” Aí você vai e monta a paleteria, o que acontece? 6 meses depois, você quebra, porque quando o primeiro cara montou, tinham 15.000 pessoas querendo comprar um picolé. Depois, tem 1200 para vender, já não é mais um bom negócio.

E é exatamente o mesmo recado que eu quero deixar aqui a respeito do mercado imobiliário. A oportunidade é muito maior quando a grande maioria ainda não percebeu o tamanho da oportunidade. Depois que todo mundo percebeu, aí a oportunidade já passou. Mostrem para os clientes de vocês o tamanho da oportunidade que têm na mão, até porque é o último comentário que eu quero deixar aqui. Eu falei do mercado imobiliário brasileiro, mas tem algumas coisas específicas aqui no Rio de Janeiro.

Ponto número 1: eu falei da importância do petróleo, que o impacto que o petróleo tem positivo na economia brasileira, em lugar nenhum do Brasil vai ser tão significativo quanto aqui no Rio de Janeiro. Mas tem um segundo ponto que eu acho que é mais importante, ligado à questão do mercado imobiliário, em qualquer lugar, em qualquer situação. Hoje a gente vive no mundo onde as pessoas querem ter o que mostrar, o que faz, a gente vive no mundo das redes sociais. Em outras palavras, se você tem algo bacana, é algo que as pessoas vão sair contando. Só que no que vocês fazem, tem uma oportunidade que eu vejo maior, que é a seguinte: se tem uma questão de orgulho para as pessoas, é um lugar. Quando elas conseguem comprar aquela casa, aquele apartamento que elas queriam, elas vão sair exibindo aquilo. Se vocês conseguirem impressionar esses clientes o suficiente para que eles se lembrem de postar e contar, vai ser incrível. quem foi que me mostrou a oportunidade que tem aqui? vai sair contando isso aqui basicamente significa que você vai um mar de amigos conhecidos, as pessoas indo atrás de vocês simplesmente porque você fez algo tão legal, tão impactante por essa pessoa que ela virou quem está vendendo você. Você não precisa mais vender; você passa a ser procurado. Não percam a vontade de fazer isso agora. As oportunidades não acontecem sempre, mas a gente tem uma na mão nesse momento, aproveitem. Eu quero estar aqui para comemorar com vocês depois que tudo isso acontecer.

Referencia

Esta transcrição é uma homenagem à expertise de Ricardo Amorim. Que palestrou com maestria no evento imobiliário da Lopes Rio. A transcrição foi feita por Joelma Lima que não deixou passar nenhum detalhe das informações valiosas compartilhadas durante a palestra, oferecendo uma visão abrangente e otimista sobre o Brasil como um destino seguro para investimentos.

Gostou desse conteúdo? Continue nos acompanhando para mais dicas de arquitetura, design, finanças e mercado imobiliário.

 
Continue lendo ...



    O site da Lopes Rio utiliza cookies para melhorar a forma como exibimos os resultados. Ao aceitar, você concorda com a nossa Política de privacidade.